Usar bucha de banho todos os dias pode estar te fazendo mal; entenda

Pesquisas mostram que loofahs acumulam microrganismos e podem piorar acne, causar foliculite e irritações.

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 16:21

Usar bucha de banho todos os dias pode estar te fazendo mal; entenda
Usar bucha de banho todos os dias pode estar te fazendo mal; entenda Crédito: Reprodução/Freepik

Tomar banho friccionando a pele com bucha (loofah) diariamente parece inofensivo, mas não é. Estudos e orientações de dermatologistas indicam que esses acessórios viram “condomínios” de bactérias e fungos quando ficam úmidos, quentes e cheios de células mortas, o cenário perfeito do seu box. O resultado pode ir de irritação e coceira a infecções como foliculite, especialmente em peles sensíveis, após depilação ou em pessoas imunossuprimidas.

O que a ciência já viu

Um estudo clássico na Journal of Clinical Microbiology rastreou um surto de foliculite por Pseudomonas aeruginosa a uma bucha contaminada, mostrando como o acessório funciona como reservatório e vetor de micróbios. Relatos mais recentes também ligam o uso de loofah à disseminação de impetigo e celulite por Streptococcus pyogenes.

Ambiente perfeito para germes. Hospitais e clínicas de referência explicam que as tramas da bucha retêm umidade e resíduos de pele; sem secagem adequada, os microrganismos se multiplicam e retornam ao corpo na próxima esfregada.

Por que o uso diário piora o quadro

A combinação de microcortes (pós-lâmina) com um acessório colonizado abre porta de entrada para bactérias. Por isso, dermatologistas orientam evitar bucha por alguns dias após se barbear e, mesmo em pele íntegra, limitar o uso a no máximo duas vezes por semana para quem insiste em usar.

Como reduzir o risco

• Enxágue e seque bem após cada banho e pendure fora do box para ventilar.

• Higienize semanalmente (ex.: imersão em solução de vinagre ou água sanitária diluída, conforme orientação do fabricante) e substitua com frequência, naturais, a cada 3–4 semanas; sintéticas, até ~2 meses. Sinais de cheiro ruim ou mofo pedem descarte imediato.

• Não use em pele lesionada, recém-depilada ou com acne ativa para não empurrar micróbios para dentro dos poros.

Alternativas mais seguras

• As próprias mãos com um sabonete suave costumam bastar para limpar sem esfoliação agressiva.

• Toalhinhas podem ser usadas, desde que lavadas e bem secas com frequência; troque-as várias vezes por semana.

• Esfoliantes químicos suaves (ex.: limpadores corporais com ácido salicílico) dispensam atrito mecânico e reduzem risco de contaminação cruzada.

Como tomar banho de forma saudável

O banho diário é essencial para a higiene, mas alguns hábitos podem fragilizar a pele e facilitar problemas como ressecamento, dermatite e até infecções. Veja as recomendações:

• Evite banhos muito longos, o ideal é entre 5 e 10 minutos. Banhos demorados retiram a camada protetora natural da pele.

• Prefira água morna ou fria, água quente em excesso resseca e pode agravar doenças de pele como dermatite atópica e psoríase.

• Use sabonete apenas nas áreas necessárias, como axilas, pés e região íntima. O excesso em todo o corpo resseca e altera o pH natural.

• Não exagere na esfoliação, seja com buchas, toalhas ásperas ou esfoliantes. A pele precisa de tempo para se regenerar; 1 a 2 vezes por semana é suficiente.

• Seque-se com suavidade, pressione a toalha sobre levemente a pele, sem esfregar. Isso preserva a barreira cutânea.

• Hidrate logo após o banho, aplique creme ou loção corporal com a pele ainda úmida. Esse hábito ajuda a “selar” a água e manter a pele macia.

• Troque toalhas com frequência, idealmente a cada 2 ou 3 usos, para evitar acúmulo de bactérias e fungos.

Dica dos dermatologistas

Segundo especialistas, a higienização eficaz não depende de atrito intenso. Muitas vezes, as mãos e um sabonete neutro bastam para remover sujeira e suor. Para quem pratica esportes, a hidratação após o banho torna-se ainda mais importante para compensar a perda de água pela transpiração.