Publicado em 28 de novembro de 2025 às 11:34
Neste último final de semana de novembro, o Bosque Rodrigues Alves – Jardim Zoobotânico da Amazônia abre as portas com entrada gratuita no sábado (29) e no domingo (30), e deve receber ainda mais visitantes em busca de um encontro especial: o quati ruivo Nando, novo xodó do público e agora afilhado do cantor Nando Reis.>
O animal foi resgatado no início do ano pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), ainda filhote, com fraturas nos dois membros posteriores. Após meses de reabilitação no Bosque, hoje Nando vive saudável ao lado de outros quatis no espaço, chamando a atenção de crianças, famílias e amantes da natureza.>
Homenagem que virou apadrinhamento>
A diretora do Departamento de Gestão de Áreas Especiais (DGAE) do Bosque, Ellen Eguchi, conta que o nome foi escolhido pela equipe em homenagem ao cantor, cuja obra é admirada pelos servidores.>
“Todo mundo aqui é muito teu fã, e por isso colocou esse nome nesse rapaz. Estamos muito felizes que tu aceitaste ser padrinho aqui do Bosque Rodrigues Alves, na Amazônia, desse cara. Ele está famoso no mundo inteiro, mas o padrinho que a gente queria era você mesmo. Muito obrigada pela tua sensibilidade”, disse Ellen, em vídeo gravado em resposta ao músico, que comentou a homenagem nas redes sociais.>
Reação carinhosa de Nando Reis>
Ex-integrante dos Titãs e com uma carreira solo consolidada há mais de duas décadas, Nando Reis tem Belém frequentemente na agenda de shows. Ao descobrir que um quati ruivo havia sido batizado com seu nome, o cantor compartilhou sua emoção nas redes:>
“Eu nunca recebi uma homenagem que me engrandecesse tanto como ser de um quati ruivo batizado com o meu nome. E mais, ainda, ter o convite de apadrinhá-lo. Já sou padrinho, quero conhecer o meu afilhado. Eu amo o Bosque Rodrigues Alves, vou a Belém desde os anos 80. Agora, eu quero ir conhecer o meu afilhado e vocês, que quero conhecer pessoalmente. Me manda um beijo… o meu afilhado”, disse o cantor em vídeo que viralizou nas redes.>
Da reabilitação à vida no Bosque>
Quando chegou ao Bosque, no início do ano, o pequeno quati apresentava comportamento muito quieto e discreto, o que chamou a atenção da equipe veterinária. Um check-up revelou fraturas nos dois membros posteriores.>
“Ele meio que se arrastava. Entramos com protocolo, fizemos medicação e fisioterapia. Foi uma reabilitação longa, de meses. Agora ele já anda direitinho, consegue escalar, está ótimo de saúde”, explica a veterinária Amanda Simões.>
Por estar acostumado à presença humana e ter passado por reabilitação prolongada, Nando não pode ser reintroduzido na natureza. Ele permanece no Bosque ao lado de outros dois quatis resgatados, Duque e Artemis, ajudando a sensibilizar o público sobre a importância da proteção à fauna silvestre.>
Quem é o quati?>
O quati é um mamífero selvagem, parente próximo do guaxinim, conhecido pelo focinho alongado e pela cauda anelada. A espécie é encontrada em quase todo o território nacional, com exceção de algumas regiões do Rio Grande do Sul, onde já está ameaçada de extinção.>
Sociáveis, curiosos e ativos durante o dia, os quatis vivem em grupos e interagem constantemente com o ambiente. Medem entre 40 e 65 cm de corpo, com cauda que pode chegar a 69 cm, e pesam de 3 a 10 kg. A alimentação é variada: frutas, flores, ovos, insetos e pequenos vertebrados. Por espalharem sementes, desempenham papel importante na regeneração das florestas, reforçando seu valor ecológico.>
Agora recuperado, com nome famoso e padrinho ilustre, o quati Nando inaugura um novo capítulo no Bosque: o de encantar visitantes, ampliar o diálogo sobre conservação e fortalecer o vínculo afetivo do público com a natureza amazônica.>
Bosque vive fase de revitalização>
A chegada de Nando acontece em um momento simbólico para o Bosque Rodrigues Alves, que passa por um processo de revitalização amplo e cuidadoso. Com 142 anos de história, o espaço é um dos maiores refúgios verdes de Belém, abrigando mais de 10 mil árvores de cerca de 300 espécies nativas, distribuídas em 15 hectares — mais de 80% dedicados a áreas verdes.>
Cerca de 430 animais resgatados vivem atualmente no Bosque, muitos deles vindos de apreensões realizadas por órgãos como Ibama, BPA, Semma e Semas. Por não terem mais condições de sobrevivência em ambiente natural, encontram no Bosque um lar definitivo, seguro e monitorado.>
Além da conservação, o espaço é referência em educação ambiental, recebendo escolas, pesquisadores e aproximadamente 20 mil visitantes por mês, que têm a oportunidade de vivenciar a floresta amazônica em plena área urbana.>
Visitação e gratuidade>
O Bosque Rodrigues Alves funciona de quinta a domingo, das 8h às 16h. A entrada custa R$ 2,00, com gratuidade para crianças até 6 anos, idosos e pessoas com deficiência. Crianças de 7 a 12 anos pagam meia-entrada.>
No último domingo de cada mês, a visita é gratuita para todos — e, neste fim de semana especial de novembro, o público poderá entrar sem pagar ingresso tanto no sábado (29) quanto no domingo (30), com a chance de conhecer de perto o quati Nando e todo o universo de vida que o Bosque protege.>