Crise na CBF: entenda o motivo de Ednaldo Rodrigues balançar no cargo

Presidente da CBF enfrenta isolamento político, acusações de falsificação e pressão institucional enquanto Seleção segue sem técnico definido.

Publicado em 6 de maio de 2025 às 08:21

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Crédito: Redes Sociais/Instagram

A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai muito além da indefinição sobre o próximo técnico da Seleção Brasileira. Nos bastidores, o presidente Ednaldo Rodrigues enfrenta um enfraquecimento institucional sem precedentes, agravado pela perda de apoio do ministro do STF Gilmar Mendes, que até então era seu principal fiador político e jurídico.

Gilmar Mendes havia sido peça-chave para manter Ednaldo no comando da CBF após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no fim de 2023, que colocava sua permanência em xeque. No entanto, segundo o portal LeoDias, o ministro rompeu com o dirigente após desgaste de imagem causado por contrato milionário entre a CBF e o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), do qual o magistrado é sócio. Além disso, dois dos três nomes indicados por Gilmar e pelo ministro Luís Roberto Barroso para a vice-presidência da CBF foram preteridos por Ednaldo, o que aumentou o atrito.

A crise política se aprofunda com um laudo pericial que aponta falsificação na assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um dos documentos que sustentaram o acordo que manteve Ednaldo no cargo. Nunes foi declarado judicialmente incapaz devido a ataxia e déficit cognitivo severo — e, por isso, não poderia assinar documentos legais. A revelação pode tornar a reeleição de Ednaldo juridicamente insustentável.

Sem o respaldo do STF e com denúncias graves à vista, a CBF vive um vácuo de comando. A indefinição sobre o novo treinador da Seleção — após frustrações com nomes como Carlo Ancelotti, Abel Ferreira e Jorge Jesus — escancara a desorganização interna. Além disso, Ednaldo tem sido pressionado por parlamentares da extrema direita após o vazamento da camisa vermelha da Seleção, acusada de “ideologizar” o time.

Diante de sucessivos recuos, vazamentos e crises públicas, a gestão de Ednaldo Rodrigues aparenta estar à deriva. Mais do que um dirigente enfraquecido, ele se tornou símbolo da instabilidade que toma conta da principal entidade do futebol nacional.