Publicado em 31 de julho de 2025 às 13:18
O presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) e vice da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Gluck Paul, respondeu de forma dura às acusações feitas por Luiz Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu e atual dirigente do Santa Rosa.>
O caso ganhou novo capítulo com o protocolo de um pedido de renúncia de Gluck Paul, feito pelo vice-presidente da FPF, Reginaldo Souza, na última segunda-feira (29).>
Procurado pela reportagem, Gluck Paul respondeu aos questionamentos e não poupou críticas ao adversário, que fez denúncias e críticas à gestão do atual mandatário. “O Luiz Omar se diz candidato para uma eleição que não está nem marcada. Já enfrentei o Luiz Omar em várias eleições. Esse é o jeito LOP, inclusive no Paysandu: xinga todo mundo, chama de ladrão, não consegue estabelecer um diálogo de conteúdo, não consegue discutir as competições, o fomento do futebol.”>
O dirigente afirmou que segue um padrão de gestão baseado em planejamento e responsabilidade fiscal, contrapondo-se às críticas recebidas. “Todas as campanhas que disputei, trouxe um plano. Esse é um padrão de comportamento dele: é assim no carnaval, no Paysandu e em tudo.”>
Sobre a prestação de contas, Gluck Paul detalhou o processo e reforçou que tudo segue os trâmites legais. “Prestação de contas é uma atividade técnica. É fiscalizada por um conselho fiscal e, depois, por uma auditoria externa independente. Por fim, passa pela assembleia geral, que aprova. Ela tem muito a ver com responsabilidade fiscal: você não pode gastar mais do que tem.”>
Ele acrescentou: “Há uma série de obrigações legais – como impostos, obrigações tributárias – e é preciso lastrear os recursos, comprovar todas as receitas, de forma documentada. Se arrecadei um milhão e gastei 800 mil, os outros 200 mil têm que estar no caixa, e tudo precisa estar devidamente registrado. Aí, sim, posso dizer que esse cara tem dinheiro no bolso, é ladrão. Toda a contabilidade tem que estar lastreada. Uma das minhas primeiras medidas foi acabar com a tesouraria. Antes, havia muita circulação de dinheiro vivo dentro da FPF.”>
Gluck Paul também criticou a interpretação dada por Luiz Omar sobre o uso dos recursos. “Eu não sei se ele confunde isso por ignorância ou por má-fé. Quando ele vem questionar onde gastei o dinheiro, isso não compete à assembleia geral – é uma decisão da gerência. Se investi em comunicação, é porque achei melhor. Ele é um administrador retrógrado, não discute ideias.”>
“Olha o nível do Luiz Omar. Qual a irregularidade? Quando ele for presidente, ele vai decidir onde gastar. Eu, Ricardo Gluck Paul, correndo riscos, fiz o futebol paraense atingir um nível de visibilidade muito grande. Em termos do nosso futebol, isso nunca havia sido alcançado – sobretudo em marketing e comunicação.”>
O presidente da FPF encerrou reforçando os avanços conquistados na sua gestão. “Então, tenho, sim, como marca de gestão, essa atuação. Estou na CBF nessa área [de comunicação] porque essa é a minha formação e a minha crença. Agora, transformar isso em um ataque pessoal... Vamos falar de administração. Ele pode até dizer: ‘discordo de gastar com comunicação’, mas eu prefiro afirmar que é ignorância e tentativa de confundir os outros. E isso compete a mim: onde vou gastar o dinheiro.”>
“Eu peguei a Federação com cinco competições; hoje, a Federação Paraense tem 37. São muitos jogos de base. Remo e Paysandu tinham somente 14 jogos por ano, o Fortaleza fazia 60. Hoje, Remo e Paysandu jogam 60 jogos também. Se pegar o mesmo balanço dos últimos quatro anos, vai ver o crescimento da receita da Federação. O Campeonato Paraense gerava R$ 250 mil. Nosso segundo ano gerou R$ 2,5 milhões. Isso é trabalho. Questionar essa administração é má-fé", concluiu.>
A equipe do Roma News também procurou a Federação Paraense de Futebol para um posicionamento. Por meio de nota, a entidade afirmou que o pedido de renúncia de Ricardo Gluck Paul, foi analisado e rejeitado. Segundo a FPF, a solicitação não tem respaldo jurídico nem amparo no estatuto da entidade.>
Ainda na nota, a FPF defende a atuação de Ricardo Gluck Paul, cita avanços institucionais junto à CBF e classifica como “ato de má-fé – ou, no mínimo, de extrema ignorância” a tentativa de utilizar o artigo 208 da Lei Geral do Esporte como argumento para afastamento do presidente, e apontou que "a referida norma tem como objetivo evitar que dirigentes de clubes exerçam funções reguladoras em entidades às quais seus clubes são filiados, o que configuraria conflito de interesses. Isso, evidentemente, não se aplica à situação atual".>