Maduro alega violação do Tratado de Tlatelolco após submarino nuclear americano ser visto na Venezuela
Presidente venezuelano exigiu a retirada de todo aparato militar dos EUA no Caribe, incluindo o submarino e cobrou garantias dos EUA de que não usarão armas nucleares na América Latina e no Caribe
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 09:36
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alegou violação do Tratado de Tlatelolco de 1967 após presença confirmada de submarino nuclear norte-americano em água próximas ao território venezuelano. O tratado declarou América Latina e Caribe como zonas livres de armas nucleares.
Maduro afirmou nesta quarta-feira (27), na sede do governo: “A Venezuela foi ameaçada com um submarino nuclear, violando o Tratado de Tlatelolco, que proíbe a mobilização, o uso e a fabricação de armas nucleares em todo o território da América Latina e do Caribe”. O presidente ainda acrescentou: “Não baixamos os olhos para ninguém, nem hoje nem nunca, não baixamos a cabeça para ninguém, não nos achamos melhores do que ninguém porque não somos supremacistas, mas não aceitamos o supremacismo de ninguém”.
Na última terça-feira (26), o governo Maduro alertou as Nações Unidas sobre os EUA, que planejam enviar um cruzador lançador de mísseis e um submarino nuclear de ataque rápido para a costa venezuelana na próxima semana, entre outros navios de guerra destacados no mar do Caribe. A medida faz parte de medidas adotadas pelo governo de Donald Trump, que argumenta atacar cartéis de drogas.
Conforme a Venezuela, isso representa “uma grave ameaça à paz e à segurança regionais”.
Nicolás Maduro exigiu a retirada de todo aparato militar dos EUA no Caribe, incluindo o submarino nuclear USS Newport News. Maduro também cobrou garantias dos EUA de que não usarão armas nucleares na América Latina e no Caribe.
Caracas também se manifestou e anunciou o envio de navios de maior porte para as águas territoriais do Caribe, para combater o tráfico de drogas, uma semana depois de os EUA terem advertido que estão preparados para usar todo o seu poder a fim de frear o fluxo de drogas para o seu território.
Na outra ponta, Washington aumentou para 50 milhões de dólares (R$ 270,94 milhões) a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro. O governo de Donald Trump acusa Maduro de violar as leis dos EUA sobre narcóticos.
