María Corina Machado é eleita a vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025

Entidade escolheu Machado pela luta incansável pela promoção da democracia e sem luta armada na Venezuela

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 09:57

(María Corina Machado é a líder da oposição contra o regime ditatorial de Nicolás maduro e a grande ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2025) 
(María Corina Machado é a líder da oposição contra o regime ditatorial de Nicolás maduro e a grande ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2025)  Crédito: Redes Sociais/Instagram/@mariacorinamachado 

O Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, divulgou nesta sexta-feira (10) o nome vencedor do Nobel da Paz de 2025, ela é a líder opositora da Venezuela: María Corina Machado. A venezuelana foi reconhecida por sua luta e defesa pacífica da promoção da democracia e dos direitos humanos em meio à crise política instituída por Nicolas Maduro.

O reconhecimento do título inclui uma bonificação em dinheiro, no valor de 11 milhões de coroas suecas, em reais, se convertido, a quantia é de R$ 6,2 milhões.

Em 2024, Machado questionou o resultado das eleições ocorrida em julho. Na época, o pleito foi marcado por ausência de transparência e entregou novamente o país a Nicolás Maduro. Até hoje, o resultado das eleições não é reconhecido por outros governos. Desde então, Maria vive foragida e é perseguida pelo governo de Maduro.

Conforme o Comitê Norueguês, María Corina Machado foi agraciada com o título por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”. E acrescentou: ‘Uma das vozes mais corajosas da América Latina’

Entenda

Nas últimas eleições, María Machado foi barrada de concorrer às eleições da Venezuela. Desde que maduro se reafirmou no poder, o regime do ditador aumentou a repressão sobre a líder da oposição e seus aliados, um deles é o candidato Edmundo González. Maria Machado chegou a ser presa ano passado e hoje vive escondida na Venezuela.

Comitê classifica a líder da oposição como alguém que unifica o cenário político antes fragmentado, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e da restauração do Estado Democrático de Direito.

“A democracia é uma condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que se erguem e resistem”, versa a publicação.

Maria Machado é fundou o movimento Súmate, que há mais de 20 anos fiscaliza as eleições no país e promove o voto livre. Por isso, a líder da oposição se tornou referência na resistência ao governo do ditador Nicolás Maduro. Hoje ela enfrenta perseguições, bloqueio de candidatura e ameaças à própria vida, mas permanece na Venezuela. Por isso, o Comitê reconheceu sua bravura e destacou no documento: “Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”.

O Comitê Norueguês reconhece que o país vive uma democracia instável e, por isso, mergulhou em uma crise humanitária e econômica sob a gestão do regime “brutal e autoritário”. O texto ainda versa “O país enfrenta a pobreza extrema, êxodo de mais de 8 milhões de pessoas e repressão sistemática à oposição, com fraudes eleitorais, prisões e censura à imprensa”.

Por fim, o Comitê Norueguês informou que María Machado obedece a três critérios estabelecidos por Alfred Nobel para o prêmio: promover fraternidade entre nações, reduzir a militarização e trabalhar pela paz.

“Ela demonstrou que as ferramentas da democracia também são as ferramentas da paz. María Corina Machado personifica a esperança de um futuro em que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e suas vozes ouvidas”, finaliza o anúncio.