O que pode acontecer se Maduro for derrubado em uma eventual ação militar dos EUA na Venezuela?

Especialistas analisaram o contexto geopolítico em meio à tensão entre Estados Unidos e Venezuela no mar do Caribe

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 10:58

Um lançador de mísseis USS Gravely e o grupo de ataque USS Gerald Ford, que inclui o maior porta-aviões nuclear do mundo, está ancorado no Caribe desde a última semana.
Um lançador de mísseis USS Gravely e o grupo de ataque USS Gerald Ford, que inclui o maior porta-aviões nuclear do mundo, está ancorado no Caribe desde a última semana. Crédito: Marinha dos Estados Unidos

A crescente tensão entre os Estados Unidos e Venezuela, na região do Caribe, com a presença massiva das forças militares norte-americanas na região se multiplica especulações sobre um possível ataque no país sul-americano. Especialistas excluem uma intervenção terrestre, mas veem possíveis ataques em estruturas do narcotráfico, e até uma operação para derrubar o presidente Nicolás Maduro, uma retirada do ditador do território nacional.

Donald Trump afirma que as autoridades venezuelanas sentem a pressão com a presença do poderio militar e bélicos dos EUA imposta pela ofensiva. A operação foi deflagrada pelos americanos sob a justificativa de uma guerra ao narcotráfico no mês passado.

No último domingo (26), um navio de guerra dos EUA ancorou em Trinidad e Tobago, pequeno arquipélago próximo à Venezuela. Um lançador de mísseis USS Gravely e o grupo de ataque USS Gerald Ford, que inclui o maior porta-aviões nuclear do mundo, está ancorado no Caribe desde a última semana.

Um comunicado oficial foi emitido pelo governo de Trinidad e Tobago, que afirma que ambos os países, EUA e Trinidad e Tobago, promovem exercícios militares juntos.

Para a imprensa norte-americana, Trump disse ter dado o aval para a realização de operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) na Venezuela. Na última sexta-feira (24), o Pentágono anunciou o bombardeio da décima embarcação supostamente usada pelo narcotráfico. Para analistas, os ataques a barcos são ilegais.

As forças militares venezuelanas apoiam e permitem Maduro no poder. Uma operação terrestre ou o uso de bombardeiros B-1, ataque em longo alcance, são descartados por especialistas, por causa do alto custo e desgaste que imporiam aos EUA.

Mas há uma carta na manga dos EUA, segundo especialistas no assunto, um alvo hipotético poderia ser "laboratórios" ou "acampamentos guerrilheiros" vinculados ao narcotráfico. Uma ação desse tipo é mais fácil justificar internacionalmente do que outro tipo de intervenção militar. Outra ação possível é: operação de extração de autoridades venezuelanas de alto nível, incluindo Maduro, sob o argumento de que elas estão à frente do narcotráfico venezuelano.

Hoje, os EUA têm uma vantagem contra a Venezuela: a tecnologia militar muito superior e podem atingir alvos fora do alcance venezuelano.

Em julho, os EUA acusaram formalmente o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de comandar o Cartel de los Soles, classificada por Trump como organização terrorista internacional. O governo americano já ofereceu recompensas financeiras pela captura e localização de Nicolás Maduro e outras autoridades venezuelanas. Maduro é acusados de fraudar as eleições e usurpar o poder.