Publicado em 25 de setembro de 2025 às 12:17
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem forte para a reeleição em 2026, enquanto a direita está mais "desorganizada" entre vários presidenciáveis. As declarações ocorreram durante a conferência Macro Day, realizada pelo banco BTG Pactual, nesta segunda-feira (22), em São Paulo.
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"Analisando de forma muito imparcial, você tem a esquerda aglutinada e unida em torno da possível reeleição do presidente Lula. Acho que a esquerda está organizada nesse sentido, e o presidente está tentando tracionar essa discussão internacional, que na minha avaliação, ajudou o presidente, no ponto de vista da soberania", avaliou.>
O parlamentar acrescentou que o governo Lula "reposicionou o discurso": "Do ponto de vista da comunicação, a esquerda cresceu Então, o presidente vem para a reeleição com força".>
Em virtude das sanções impostas pelos Estados Unidos em retaliação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, posteriormente, à sua condenação, o governo federal adotou um posicionamento de defesa da soberania que refletiu em uma melhora de popularidade. O slogan do governo passou de "União e Reconstrução" para "Do lado do povo brasileiro".>
Pesquisas apontaram uma boa avaliação da gestão diante da crise causada por fatores como o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, a cassação de vistos de autoridades e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos 18 pessoas já foram sancionadas pelos EUA, entre ministros, juízes, seus cônjuges e filhos.>
Ao falar sobre a direita, Motta disse acreditar que a opinião de Bolsonaro terá relevância no cenário eleitoral de 2026. "A direita está um pouco mais desorganizada, na minha avaliação. Porque, primeiro, não se sabe o que o presidente Bolsonaro irá fazer, quem ele vai apoiar", disse.>
Para exemplificar a pulverização dos nomes da direita, ele citou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). "Você tem várias opções", disse, acrescentando que seu palpite é de que as eleições de 2026 serão polarizadas como as de 2022. "O Brasil segue dividido", avaliou>
Segundo ele, tanto esquerda como direita tem dificuldades para falar com o eleitor que não se identifica com nenhum dos dois espectros políticos. "Vejo que tem uma fadiga dessa dicotomia. Então, vai levar esse eleitor quem tiver mais habilidade e mais condição de garantir entregas", disse.>
Questionado sobre o próprio posicionamento para as eleições presidenciais de 2026, Motta disse que aguarda o posicionamento do Republicanos. Essa também é a sigla de Tarcísio, cotado como possível sucessor de Bolsonaro no campo da direita.>
"Eu sou um homem de partido. Eu sou do Republicanos, eu tenho no presidente Marcos Pereira um líder político. Eu tenho que aguardar o posicionamento do meu partido", afirmou o presidente da Câmara.>
Motta também disse que, devido à sua função, "é melhor para o País" que ele não expresse suas preferências para 2026: "Se eu externo hoje a minha posição política, ela acaba atrapalhando o meu dia a partir do minuto seguinte.">
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