Publicado em 10 de novembro de 2025 às 17:08
Mal começou a COP30 em Belém, e as discussões sobre o local da próxima conferência do clima, a COP31, já estão a todo vapor. A Austrália e a Turquia são as principais candidatas a sediar o encontro de 2026, e a decisão sobre qual país será o anfitrião deve ser tomada até o encerramento do evento brasileiro, no fim de novembro de 2025.>
A Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mais conhecida como COP, é o maior fórum global sobre o meio ambiente e reúne representantes de quase 200 países para debater medidas de enfrentamento à crise climática. Sediar uma COP é mais do que uma questão de prestígio: significa receber chefes de Estado, cientistas, organizações e ativistas em um evento que define os rumos das políticas climáticas mundiais, além de colocar o país anfitrião no centro das discussões ambientais.>
Segundo as regras da ONU, o país que deseja sediar o evento precisa atender a critérios rigorosos. Entre eles estão o apoio unânime do grupo regional da ONU, infraestrutura adequada de transporte, hospedagem, segurança e comunicação, além de comprometimento político real com a pauta climática.>
A Austrália aposta em sua candidatura para demonstrar liderança global e mudar a imagem de nação de metas ambientais tímidas. O governo australiano tem ressaltado o desejo de transformar o evento em uma “COP do Pacífico”, com apoio de pequenas ilhas vulneráveis às mudanças climáticas. O país também quer aproveitar a oportunidade para atrair investimentos em energias limpas e destacar o próprio esforço interno para reduzir emissões, após enfrentar secas e incêndios devastadores nos últimos anos.>
Já a Turquia busca fortalecer sua posição diplomática e se apresentar como ponte entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ancara destaca seu compromisso com a neutralidade de carbono até 2053 e acredita que sediar a conferência ajudaria a impulsionar o turismo, o comércio e o reconhecimento de suas políticas ambientais recentes. A proposta também tem apoio de grupos ambientais locais, que enxergam na COP31 uma chance de pressionar o governo por ações mais concretas, como o fim do uso do carvão.>
A ONU já cobrou uma decisão rápida para encerrar o impasse sobre a escolha da sede, já que a preparação para um evento dessa magnitude costuma levar cerca de dois anos.>
Enquanto isso, o mundo acompanha de perto a COP30 em Belém, que começou nesta segunda-feira (10) e vai até o dia 21 de novembro de 2025. O evento marca um momento histórico para o Brasil e coloca a Amazônia no centro das atenções internacionais. Mas, ao mesmo tempo em que o planeta discute soluções urgentes para o clima, as negociações para decidir quem receberá a próxima edição já mostram que o desafio ambiental também é uma disputa por protagonismo e compromisso real com o futuro do planeta.>
Por Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).>