Povos indígenas reivindicam protagonismo em planos de adaptação climática

O papel dos povos indígenas no enfrentamento à crise climática ganhou destaque durante a sessão de Alto Nível “Adaptação Indígena”, realizada nesta quarta-feira (12), na COP30.

Lideranças e representantes internacionais defenderam que a participação direta desses povos na construção dos Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) e o acesso facilitado a recursos financeiros são medidas indispensáveis para garantir a efetividade das ações climáticas.

Anfitriã do evento e Enviada Especial da COP30, Sineia do Vale ressaltou que os conhecimentos tradicionais acumulados ao longo de gerações são pilares fundamentais na busca por soluções sustentáveis. “Os povos fazem um trabalho milenar nos seus territórios, trazendo soluções para as mudanças climáticas. É importante que possam continuar com o seu modo de vida”, afirmou.

Os debates convergiram em torno da necessidade de mecanismos que assegurem o repasse direto de fundos às comunidades indígenas, reconhecendo que a proteção de seus territórios é, ao mesmo tempo, uma ação de justiça climática e uma estratégia efetiva de mitigação e adaptação.

Carlos Ruiz-Garvia, representante do Comitê de Adaptação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), destacou que tratados internacionais já reconhecem o papel dos povos originários no equilíbrio ambiental. Ele citou o Acordo de Paris, a Convenção sobre Diversidade Biológica e o Objetivo Global de Adaptação, estabelecido na COP28.

O Fundo Verde para o Clima (GCF), principal mecanismo global de financiamento climático, também tem buscado ampliar o acesso direto das comunidades indígenas aos recursos voltados à adaptação e mitigação. Para os participantes do encontro, fortalecer essas iniciativas é garantir não apenas a preservação cultural, mas também a resiliência climática do planeta.

Com informações do site oficial COP30