Deputada aciona STF para afastar presidente da CBF por suspeita de fraude

Daniela do Waguinho solicita revisão de acordo que manteve Ednaldo Rodrigues no comando da entidade, após indícios de falsificação em documento crucial.

Publicado em 6 de maio de 2025 às 14:02

Deputada aciona STF para afastar presidente da CBF por suspeita de fraude
Deputada aciona STF para afastar presidente da CBF por suspeita de fraude Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil) protocolou, na noite de segunda-feira (5), um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A parlamentar também solicita a revisão do acordo homologado pela Corte em fevereiro deste ano, que havia encerrado a disputa judicial sobre a eleição de Rodrigues.

O pedido da deputada baseia-se em indícios de fraude no documento que sustentou o acordo. Uma perícia realizada pela especialista Jacqueline Tirotti apontou que a assinatura atribuída ao ex-vice-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, no referido documento, é falsa e apresenta sinais de adulteração. Segundo o laudo, as assinaturas diferem significativamente da caligrafia original de Nunes, que, à época, não possuía condições físicas e cognitivas para consentir com qualquer decisão.

O acordo em questão foi firmado entre a CBF, cinco dirigentes da entidade e a Federação Mineira de Futebol, e homologado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, em 21 de fevereiro de 2025. Com a homologação, as partes reconheceram a legalidade da assembleia-geral da CBF que elegeu Rodrigues em março de 2022, encerrando as disputas judiciais relativas ao processo eleitoral da entidade.

A nova denúncia reacende a crise institucional na CBF, que já enfrentava questionamentos desde 2018, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contestou mudanças no estatuto da entidade que alteraram o peso dos votos nas eleições presidenciais. Essas alterações culminaram na eleição de Rogério Caboclo, posteriormente afastado por denúncias de assédio sexual. Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente e foi eleito presidente em 2022, após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MPRJ.

O STF marcou para o próximo dia 28 de maio o julgamento que pode definir o futuro de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF. Caso seja afastado, a entidade deverá convocar novas eleições, possivelmente após os jogos da seleção brasileira contra Equador e Paraguai, em junho.

A situação também impacta diretamente a seleção brasileira, que aguarda a definição sobre a contratação do técnico Carlo Ancelotti. Com a instabilidade na cúpula da CBF, a oficialização do treinador italiano pode ser adiada até que haja uma resolução definitiva sobre a liderança da entidade.

A deputada Daniela do Waguinho ainda não se pronunciou publicamente sobre o pedido protocolado no STF. A CBF, por sua vez, não comentou as novas acusações até o momento.